quinta-feira, 24 de março de 2016

Paidéia, 2006, 16(35), 337-333487
1 Recebido em 04/12/2006 e aceito para publicação em 06/02/2007.
2 Endereço para correspondência: Ricardo Primi, Universidade São
Francisco, Laboratório de Avaliação Psicológica e Educacional
(LabAPE), Rua Alexandre Rodrigues Barbosa, 45, CEP: 13251-900,
Itatiba-SP, E-mail: ricardo.primi@saofrancisco.edu.br ou
rprimi@uol.com.br
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E DESEMPENHO NO TRABALHO: UM ESTUDO
COM MSCEIT, BPR-5 E 16PF1
Cláudia Cobêro
Ricardo Primi2
Monalisa Muniz
Universidade São Francisco
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo investigar a validade de uma medida de inteligência
emocional correlacionando-a com medidas de inteligência, personalidade e desempenho profissional.
Participaram do estudo 119 sujeitos, com idade entre 17 e 64 anos, de ambos os sexos e que trabalham em
empresas situadas em municípios do interior do estado de São Paulo. Os instrumentos utilizados foram: Versão
em Português do Mayer-Salovey-Caruso-Emotional Intelligence Test (MSCEIT), o Questionário Dezesseis
Fatores da Personalidade (16PF), Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5), Avaliação de Desempenho
respondido por duas pessoas (um supervisor e um colega). Os resultados apontam baixa correlação entre
inteligência emocional e personalidade, bem como com inteligência. Indicam também que a faceta regulação
das emoções se correlaciona com o desempenho profissional e apresenta validade incremental em relação à
inteligência. Em suma conclui-se que a inteligência emocional constitui um tipo diferenciado de inteligência útil
na avaliação psicológica no contexto organizacional.
Palavras-chave: Inteligência Emocional; Mayer-Salovey-Caruso-Emotional Intelligence Test (MSCEIT);
Avaliação Psicológica; Processos Seletivos; BPR-5; 16PF; Validade.
EMOTIONAL INTELLIGENCE AND JOB PERFORMANCE: A STUDY WITH
MSCEIT, BPR-5 AND 16PF
Abstract: This research had as objective to investigate the validity of a emotional intelligence measure
correlating it with measures of intelligence, personality, and job performance. The participants were 119
subjects, aged 17 to 64 years old, of bothe sex that work in cities industries from the state of São Paulo. The
instruments used: the Mayer-Salovey-Caruso-Emotional Intelligence Test (MSCEIT), protuguese version,
the Sixteen Personality Factors Questionnaire (16PF), the Battery of Reasoning (BPR-5) a performance
evaluation made by two persons (supervisor and a colegue). The results show low correlations between
emotional intelligence and personality. Also that the branch managing emotions is correlated with job performance
and presents validy with the intelligence. In sum it was concluded that emotional intelligence constitutes a
differentiated type of intelligence useful for psychological assessment in the context of industrial and
organizational psychology.
Key words: Emotional Intelligence; Mayer-Salovey-Caruso-Emotional Intelligence Test (MSCEIT);
Psychological Assessment; Selection Processes; BPR-5; 16PF; Validity.
O termo Inteligência Emocional tornou-se
conhecido na década de 90 pela obra de Daniel
Goleman (1995) intitulada “Inteligência Emocional”.
Logo após o lançamento desse livro, o termo foi
rapidamente disseminado em diversos segmentos da
sociedade (Goleman, 1995; Roberts, Flores-Mendoza
& Nascimento, 2002). Mas, ao contrário do pensado,
esse conceito não foi proposto por Daniel Goleman,
mas por Peter Salovey e John Mayer em 1990.
Segundo Mayer, Salovey e Caruso (2000), a
relação teórica entre inteligência e emoção já era
338 Cláudia Cobêro
usada antes da divulgação do termo inteligência
emocional no início da década de 90, sendo utilizado
pela primeira vez por Payne (1985, citado por Hein,
2003) em sua tese de doutorado, em que ele
apresenta uma estrutura teórica fundamentada e
discute a emoção e a inteligência emocional do ponto
de vista filosófico, sem dar ênfase à demonstração
empírica de suas idéias, o que levou a pouca
receptividade do modelo.
Do ponto de vista teórico empírico, o termo
inteligência emocional foi utilizado pela primeira vez
por, Mayer, DiPaolo e Salovey (1990), em um
periódico científico internacional de Psicologia, num
trabalho que teve como objetivo estudar empiricamente
um de seus componentes, a habilidade de
percepção de conteúdos afetivos. Essa pesquisa
citou a inteligência emocional como uma subclasse
da Inteligência Social, cujas habilidades estariam
relacionadas ao “monitoramento dos sentimentos em
si e nos outros, na discriminação entre ambos e na
utilização desta informação para guiar o pensamento
e as ações”, segundo Salovey e Mayer (1990), que
ao publicarem um segundo artigo, este se tornou mais
conhecido que o primeiro, por apresentar o conceito
inteligência emocional.
Nele, os autores fizeram uma análise de
pesquisas científicas que justificavam a necessidade
de se conceber a existência de uma habilidade relativamente
distinta, que referiram como inteligência
emocional e procuraram posicioná-la como um subconjunto
da inteligência social e das inteligências
múltiplas de Gardner (Salovey & Mayer, 1990);o
modelo apresentado envolvia as habilidades de: a)
avaliação e expressão de emoções em si mesmo e
no outro de maneira verbal e não verbal; b) regulação
de emoções em si mesmo e no outro por meio da
empatia e c) utilização de emoções por meio de um
planejamento flexível do pensamento criativo, do
redirecionamento da atenção e da motivação.
Ao longo da década de noventa o conceito
passou por revisões sendo que a definição atual diz
que a inteligência emocional refere-se “a capacidade
de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar
emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar
sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a
capacidade de compreender a emoção e o conhecimento
emocional; e a capacidade de controlar
emoções para promover o crescimento emocional e
intelectual” (Mayer & Salovey, 1997).
Após as primeiras publicações sobre o tema
(Mayer, DiPaolo & Salovey, 1990; Salovey & Mayer,
1990), muitas críticas foram feitas, apontando
principalmente que se tratava de uma metáfora
inapropriada e enganosa, na qual os autores estariam
reescrevendo a inteligência social e que não existia
nenhuma habilidade importante relacionada à emoção.
Em um editorial da revista Intelligence, Mayer e
Salovey (1993) respondem a essas críticas definindo
a inteligência emocional como a capacidade de
processar informações carregadas de afeto,
diferenciando-a assim das definições da social,
apresentam também seus mecanismos e propõem o
termo inteligência emocional para estudos que
investigam a interação entre emoção e inteligência.
Segundo Goleman (1995) “o QI e a inteligência
emocional não são capacidades que se sobrepõem,
mas distintas. Na verdade, há uma ligeira correlação
entre QI e alguns aspectos da inteligência emocional,
embora bastante pequena para que fique claro que
se trata de duas entidades bastante independentes”
(p. 57). Mayer e Salovey (1997) dizem também que
a inteligência emocional não é o oposto da inteligência,
mas sim a intersecção entre ela e a emoção. Assim,
ela seria uma habilidade cognitiva relacionada ao uso
das emoções para ajudar na resolução de problemas;
argumentam ser inadequado conceber a emoção sem
inteligência, ou esta sem aquela, trazendo o conceito
uma visão integrada da razão e emoção.
Mayer e Salovey (1997) definem esse
construto por quatro ramificações dos processos
psicológicos, organizadas em níveis de complexidade,
dos mais elementares aos mais complexos e
psicologicamente mais integrados:
-A primeira diz respeito à percepção, avaliação
e expressão da emoção, referindo-se a
capacidade de identificar emoções em si e em outras
pessoas, desenhos, objetos e paisagem mediante
linguagem, sons, aparência e comportamento,
abrangendo também a capacidade de expressar
emoções e necessidades relacionadas com
sentimentos, bem como de discernir entre expressões
falsas e verdadeiras.
Inteligência Emocional e desempenho profissional 339
-A segunda refere-se à emoção como facilitadora
do ato de pensar, a possível facilitação do
pensamento quando, por exemplo, as emoções
priorizam certas idéias dirigindo a atenção para
informações mais importantes; e também gerandoas
de maneira relativamente voluntária para poder
examinar as informações contidas nessas experiências
emocionais de tal forma a ajudar o julgamento
de situações que as envolvem.
-A terceira, chamada compreensão e análise
de emoções; emprego do conhecimento emocional
refere-se à capacidade de rotular emoções, de
interpretar os significados que elas trazem sobre os
relacionamentos interpessoais, de compreender as
complexas e de reconhecer transições mais comuns
entre elas.
-A quarta e última ramificação é o controle
reflexivo de emoções para promover o crescimento
emocional e intelectual, referindo-se à capacidade
de se manter aberto a sentimentos, agradáveis ou
desagradáveis, adminsitrando a emoção em si mesmo
e nos outros pela moderação das negativas e
valorização das agradáveis, sem que haja repressão
ou exagero dos estados psicológicos que elas podem
provocar (Mayer & Salovey, 1997).
Um dos questionamentos centrais da literatura
sobre inteligência emocional é se realmente este tipo
de inteligência difere das já pesquisadas, ou se ela
não estaria ligada aos traços de personalidade. Diante
disso, a pergunta é “será que as capacidades referidas
no conceito inteligência emocional se constituem
realmente em algo novo que não podem ser
explicadas por construtos já conhecidos como as
inteligências tradicionais e a personalidade?”
Embora existam pesquisadores trabalhando no
conceito de inteligência emocional, os estudos que
buscam evidências empíricas de que ela realmente
existe e que difere dos traços de personalidade e da
inteligência proposta há décadas são escassos,
principalmente no Brasil, em que duas pesquisas
foram realizadas buscando investigar as correlações
entre inteligência emocional e a tradicional e
mostraram que elas são baixas, o que é de fato
esperado entre esses construtos (Bueno, 2002; Jesus
Junior, 2004). Já com relação à personalidade estudos
realizados indicam maior divergência do que
convergência entre as medidas de inteligência
emocional e traços de personalidade (Bueno, 2002;
Bueno & Primi, 2003; Dantas, 2004, Nascimento,
2006 ; Primi, Bueno & Muniz, 2006).
Os resultados encontrados nos estudos
brasileiros corroboram os das pesquisas estrangeiras,
como os relatados por Mayer, Caruso e Salovey
(2000); o mesmo com relação às correlações com
personalidade relatados em Bedwell (sd.), Brackett
e Mayer (2003), Lopes, Bracket, Nezlek, Schutz e
Salovey (2003), Mayer, Salovey, Caruso e Sitarenios
(2001, 2003).
Paralelamente a esses estudos o conceito se
disseminou rapidamente no contexto organizacional
tornando-se popular como característica desejável e
preditora de sucesso generalizado. Como frequentemente
ocorre, essa disseminação aconteceu
independente das informações empíricas que
sustentassem a utilidade desse construto para a
previsão do desempenho, numa popularização em
razão das idéias um tanto exageradas apresentadas
por Goleman (1995) dizendo que a inteligência
emocional seria a capacidade mais importante na
explicação do sucesso no trabalho, levando empresas
a investir em treinamentos e alterações de suas
práticas seletivas e de mudanças de cargos baseandose
na idéia de que pessoas com alta inteligência
emocional apresentariam um desempenho mais eficaz
em seu trabalho, assumindo a existência do construto
e da sua utilidade, sem, entretanto, se basear, para
isto em dados empíricos. Mais preocupante é o fato
de inventários e escalas de inteligência emocional
serem usados na seleção de pessoal sem que se tenha
certeza sobre sua eficácia.
Segundo Goleman (1995) o desenvolvimento
do QE (coeficiente emocional), além do QI, é cada
vez mais importante para o sucesso e sobrevivência
das empresas. Para Roberts, Flores-Mendoza e
Nascimento (2002) esse amplo interesse das
empresas pela inteligência emocional pode estar
vinculado a uma conjectura de que pessoas com
melhor gerenciamento de suas próprias emoções são
possivelmente as melhores sucedidas no mercado de
trabalho e que acabam também por ter mais qualidade
de vida. Seria então a Inteligência Emocional um
preditor de desempenho profissional? Mas que
evidências empíricas baseiam essa afirmação?
340 Cláudia Cobêro
O que de fato os estudos empíricos demonstram
é que o fator geral de inteligência consiste no preditor
único mais importante do desempenho no trabalho
(Kuncel, Hezlett & Ones, 2004; Wilhelm & Engle,
2005), ou seja, nenhuma outra variável sozinha
consegue atingir o seu nível de predição. Para Barrett
e Depinet (1991) o g é um preditor eficaz do
desempenho em muitas ocasiões ocupacionais, visto
que sua relação tem permanecido estável ao longo
do tempo; para os mesmos autores, a relação positiva
entre a inteligência e o sucesso no trabalho não
estabelece um artifício decorrente do nível
socioeconômico, mas sim, de que a inteligência é a
causa fundamental da correlação entre nível
socioeconômico e sucesso ocupacional. Análises em
pesquisas de Brody (1997, conforme citado por
Nascimento, 2000) com relação ao nível ocupacional
e habilidades intelectuais demonstraram que variações
na inteligência influenciam mudanças no status
ocupacional.
A literatura é abundante em demonstrar as
correlações entre inteligência tradicionalmente
definida e a mensurada com o desempenho no
trabalho. E a emocional teria ou não essa correlação?
Em caso afirmativo ela seria explicada por um fator
específico de inteligência (ligado ao processamento
das emoções) ou por cognitivos já conhecidos? E ela
teria maior magnitude do que a observada entre o
fator g e desempenho?
Assim o objetivo deste estudo foi verificar se
inteligência emocional é capaz de predizer o
desempenho profissional para além do que a
tradicional possa prever, ou seja, esse estudo buscou
trazer dados de validade incremental (Smith, Fischer
& Fister, 2003). Também averiguar a relação entre
inteligência emocional e personalidade, já que estas
são questões discutidas no meio científico que muitas
vezes critica esse construto como apenas um novo
rótulo para traços de personalidade.
De maneira geral a carência de instrumentos
validados no contexto organizacional no Brasil justifica
parte desse trabalho, que busca a validade de critério
para a inteligência emocional correlacionando-a com
um instrumento de medida de desempenho
profissional. Os procedimentos de validação de critério
indicam a efetividade de um teste para predizer o
desempenho de um indivíduo em atividades
específicas, fornecendo informações pela validade de
critério, que são relevantes para os testes usados na
seleção e classificação de pessoal (Anastasi &
Urbina, 2000).
Método
Participantes
Participaram deste estudo 119 profissionais
atuantes em empresas de diversos segmentos, de
pequeno, médio e grande porte, situadas em municípios
do interior do estado de São Paulo. Da amostra 65,8%
eram do sexo masculino e 34,2% do feminino, com
idade variando entre 17 e 64 anos, numa média de 30
anos; sua escolha foi feita por conveniência e
agrupados segundo sua área de atuação profissional,
a saber: 17,60% da administrativa, 14,30 % da
comercial e 68,10% da produção industrial. Os
participantes apresentavam tempo de empresa
variando entre 1 a 228 meses, com uma média igual
a 44,27 meses3.
Instrumentos
O instrumento (Mayer, Salovey, Caruso
Emotional Intelligence Test – MSCEIT Mayer,
Salovey, Caruso, 2002b) ficou composto por 141
itens, distribuídos em 8 seções conforme mostra o
Quadro 1. As seções A (faces) e E (figuras) são
destinadas a avaliação da capacidade de perceber
emoções em faces e paisagens, respectivamente; as
B (facilitação) e F (sensação) são compostas por
tarefas ligadas à utilização da emoção para facilitação
do pensamento; a compreensão de emoções é
avaliada pelas tarefas propostas nas C (transição) e
G (mistura); finalmente, o gerenciamento das
emoções é avaliado por meio das tarefas da D
(administração de emoções) e H (Relações
emocionais). O Quadro 1 traz os diferentes níveis de
combinação dos subtestes para dar escores nas quatro
facetas, duas áreas e um geral, utilizando-se nesse
estudo escores dos subtestes em algumas análises e
3 Participaram desse estudo os que assinaram o termo de consentimento. das áreas em outras.
Inteligência Emocional e desempenho profissional 341
Quadro 1. Organização dos sub-testes do MSCEIT
O subteste Faces é composto por quatro grupos
de itens; os participantes vêem várias faces e para
cada uma respondem numa escala de cinco pontos,
indicando o grau que determinada emoção está
presente nela. O Figuras é formado por seis grupos,
em que o indivíduo indica, numa escala de cinco pontos
discriminada com faces de emoção, o quanto cada
uma delas está presente em certa paisagem ou
desenho abstrato. O Sensação consta de cinco grupos
de tarefas com três respostas cada, em que estas
criam uma emoção e associam uma sensação a ela,
por exemplo, uma situação com sentimento de culpa,
e a pessoa tem de decidir o quanto isso se parece
com as sensações “doce ou amargo”. O Facilitação
apresenta cinco grupos de itens com três respostas
cada, e o participante julga qual seria a emoção que
poderia ajudar a pensar em soluções para certa
situação, como o quanto a emoção raiva ajudaria na
composição de uma marcha militar. O Misturas tem
12 itens, que solicitam do participante quais emoções
podem ser combinadas para formar outra emoção,
como qual resultaria da combinação de aceitação e
preocupação. O Transição é composto por 20 itens,
nos quais os participantes escolhem a emoção na
seqüência apresentada, como, a depressão em razão
do aumento da intensidade de tristeza. O Administração
de emoções é formado por cinco grupos de
itens com quatro respostas cada, em que os
participantes julgam as ações mais efetivas para obter
ou manter um estado emocional em determinada
situação. Por fim, o Relações emocionais é constituído
por três grupos de itens com três respostas cada, em
que a pessoa julga qual ação seria mais efetiva para
controlar os sentimentos de outra pessoa.
Esse teste foi corrigido pelo critério de
consenso, identificando o item mais escolhido pela
amostra, bem como sua freqüência, sendo que cada
item passa a receber a pontuação igual à freqüência.
Por exemplo, se no A a pontuação 1 obteve um
percentual de 40%, ele leva a pontuação igual a 40,
valendo-se da regra para os itens que compõem o
teste MSCEIT.
A BPR 5 (Bateria de Provas de Raciocínio,
(Primi & Almeida, 1998) instrumento para a avaliação
simultânea do raciocínio geral e das aptidões, para
fornecer “informações sobre o funcionamento
cognitivo das pessoas” (Primi & Almeida, 2000a) em
cinco áreas: raciocínio abstrato, verbal, visual-espacial,
numérico e mecânico, apresentada em duas formas:
A e B, sendo a A destinada a participantes de 6ª a 8ª
séries de escolaridade, e a “B” aos de escolaridade
superior aos da “A”. As duas formas (A e B) são
compostas por cinco subtestes, cada um organizado
em caderno individual a ser aplicado em seqüência e
tempo máximo pré-estipulados, a serem respeitados
(Primi & Almeida, 2000a, 2000b).
As provas foram corrigidas com o auxílio de
crivos, somando-se os resultados e transformandoos
em escores padrões e percentis com o auxílio de
tabelas de conversão, que fornecem informações
sobre as capacidades específicas dos participantes
que somadas resultam em um escore total que fornece
um parâmetro geral da sua capacidade de raciocínio.
O 16PF (Questionário dos Dezesseis Fatores
de Personalidade) é um instrumento que fornece de
forma objetiva uma completa cobertura das áreas da
personalidade. As escalas que o compõem são
independentes e fornecem um tipo de informação
sobre o participante (Cattell, R.B., Cattell, A.K.S., &
Cattell, H.E.P. 1993; Russel & Karol, 1999). Ele se
apresenta na forma de questionário e é composto de
185 itens ordenados em 16 escalas (Primárias), tendo
como objetivo aferir de forma geral a personalidade,
sendo cada uma formada por 10 a 15 itens. Os
dezesseis fatores primários medidos pelo teste, de
acordo com Russel e Karol (1999) são: expansividade,
inteligência, estabilidade emocional,
afirmação, preocupação, consciência, desenvoltura,
brandura, confiança, imaginação, requinte, apreensão,
abertura a mudanças, auto-suficiência, auto-controle
e tensão. Agrupamentos entre esses fatores formam
os cinco Fatores globais: Extroversão, Ansiedade,
342 Cláudia Cobêro
Rigidez de pensamento, Independência e Autocontrole.
O teste apresenta também escalas que
constatam o estilo de respostas dadas pelo
participante, podendo ser utilizado para complementar
os resultados obtidos; de acordo com Russel e Karol
(1999), eles são: Estilo AI-Administração da Imagem,
composta por 12 itens que verificam a desejabilidade
social, a propensão a agir de acordo com o que é
esperado socialmente. Um alto índice neste item pode
invalidar o teste, uma vez que indica que o participante
não teria respondido de acordo com sua real
personalidade. NF-Não – Freqüência, composta por
32 itens, que indicam se o tipo de resposta dada é
parecido com o da maioria das pessoas; Estilo AQAquiescência,
de 103 itens, que visa medir se o
participante tende a responder sempre o verdadeiro
ou o mais adequado.
O Kelly, Select Manual do 16PF (1999),
Instrumento de Avaliação de Desempenho, contido
no Apêndice C, tem como objetivo a coleta da opinião
do participante e das pessoas com quem ele trabalha
diariamente sobre suas ações profissionais,
investigando aspectos como: conhecimento técnico,
atitudes diante de tomada de decisões, reconhecimento
pelo grupo, administração de conflitos, organização
na realização das tarefas profissionais, abertura para
mudanças, maneira de se comunicar e negociar, entre
outros, sendo uma avaliação dividida em 2 fases: a
primeira composta por quatro questões sobre o
relacionamento no trabalho entre a pessoa que está
respondendo e a que está sendo avaliada; a segunda
por dez questões sobre o desempenho do avaliado
comparado com o dos demais funcionários do seu
setor, sendo pontuado da seguinte maneira: NDA =
Nenhuma das Alternativas (uso da alternativa só se
não houver informação para fornecer uma avaliação
exata); 6 = excelente (melhor do que 90% dos
trabalhadores com similar experiência); 5 = muito bom
(melhor do que 70% dos trabalhadores com similar
experiência); 4 = bom (superior a metade dos
trabalhadores com similar experiência); 3 =
satisfatório (inferior à metade, mas aceitável
comparado ao trabalhador com similar experiência);
2 = requer melhoria (um trabalhador que você não
contrataria) e 1 = inaceitável (mau trabalhador).
Para o resultado ser mais confiável, este
instrumento foi respondido por duas pessoas que, de
alguma forma, apresentavam algum tipo de relação
profissional com o mesmo (colegas de trabalho,
supervisores e/ou subordinados). A pontuação final
ficou constituída pela média dos pontos atribuídos
pelos avaliadores em cada item do instrumento.
Procedimentos
A aplicação dos instrumentos na amostra foi
realizada coletivamente, dentro da empresa em que
trabalha e em uma sala cedida pela mesma. Em um
primeiro momento os objetivos do estudo foram
expostos e os termos de consentimento distribuídos.
A amostra foi composta então pelos que retornaram
o termo consentimento, com respostas afirmativas.
Os instrumentos foram aplicados em dias diferentes,
utilizando-se duas sessões: na primeira foi aplicado o
16PF e a primeira parte da BPR-5 e na segunda o
instrumento MSCEIT, a Segunda parte da BPR-5 e
o instrumento de avaliação de Desempenho
Profissional.
Resultados e Discussão
Trabalhou-se primeiro verificando as
correlações entre o teste MSCEIT e a BPR-5,
MSCEIT, Avaliação de Desempenho e análise de
regressão para verificar a validade incremental da
inteligência emocional em prever o desempenho
profissional. Na Tabela 1 são apresentadas as
correlações de Pearson entre os oito subtestes da
inteligência emocional com os coeficientes obtidos
nas provas da BPR-5.
Tabela 1.Coeficientes de correlação de Pearson entre os
subtestes do MSCEIT e da BPR-5
Nota: * p < 0,05; ** p < 0,01
Observa-se que no geral há uma correlação
de mínima para moderada entre o MSCEIT e a BPR-
5. Nota-se que a prova RM não se correlacionou,
Inteligência Emocional e desempenho profissional 343
sendo esta uma habilidade específica, esperando-se
assim que não houvesse correlação com os subtestes
do MSCEIT. É possível observar também que o
subteste facilitação não se correlacionou significativamente
com os da BPR-5. Os coeficientes
encontrados são coerentes com as reivindicações dos
autores de que a inteligência emocional seja um tipo
específico de inteligência já que as magnitudes situamse
na faixa considerada moderada (0,25-0,50),
indicando uma convergência entre as medidas (0,75-
1,00) e nem muito baixas (0-0,24) mostrando a
independência dos construtos (Mayer & Salovey,
1997, Mayer, Caruso & Salovey, 2000, Mayer,
Salovey & Caruso, 2002a).
Na Tabela 2 são apresentadas os coeficientes
de correlação entre os subtestes do MSCEIT com a
avaliação de desempenho realizada pelo supervisor,
pelo amigo e a geral obtida calculando-se a média
das duas anteriores.
Tabela 2.Coeficientes de correlação de Pearson entre os
escores do MSCEIT e a avaliação de desempenho
Nota: * p < 0,05; ** p < 0,01
Observa-se a existência de coeficientes de
correlação significativos e positivos indicando que as
pessoas com maior Inteligência Emocional tendem a
receber avaliações mais positivas das que convivem
com elas; e na primeira avaliação de desempenho
(supervisor) as correlações são em maior número e
superiores se comparadas com a segunda (colega).
Na avaliação do supervisor os subtestes gerenciamento
e misturas foram os mais significativos. Podese
assim concluir que a inteligência emocional
contribui para a predição do desempenho profissional,
mas com ressalvas, pois só se obteve correlação do
desempenho geral em dois dos oito subtestes que
compõem a inteligência emocional.
Sabendo-se que a inteligência emocional
associa-se ao desempenho profissional e que ela
também está correlacionada com a inteligência, podese
questionar se a previsão do desempenho é a
compartilhada com a inteligência. Caso isso seja
verdadeiro, a emocional não apresentaria informações
únicas para a previsão do desempenho profissional,
ou seja, não teria validade incremental (Smith, Fischer
& Fister, 2003). Consequentemente, não poderia ser
considerada uma habilidade distinta da geral a prever
o desempenho profissional.
Para testar essa hipótese foi feita uma análise
de regressão em dois blocos tendo como variável
dependente, a ser prevista, o desempenho profissional
avaliado pelo supervisor já que essa medida
apresentou-se com coeficientes de dispersão maiores
e menor efeito teto (M=4,38, DP=0,96) se comparada
à avaliação dos colegas e a medida composta pela
média das duas (M=4,58 e M=4,48; DP=0,85 e
DP=0,75, respectivamente). No primeiro bloco da
análise, entrou-se com o escore global da BPR-5
como variável independente representando a
inteligência geral. No segundo bloco com duas
variáveis independentes do MSCEIT, os escores
fatoriais da área experiencial (IEE) e estratégica (IES,
ver Tabela 1 para informações sobre a composição
desses escores) já que estudos prévios indicam que
um modelo de dois fatores é a melhor estrutura para
representar os subtestes do MSCEIT na amostra
brasileira (Cobêro, 2004; Dantas & Noronha, 2005),
utilizando-se o método de entrada na equação passo
a passo (stepwise o p<0,05 para entrada) buscandose
verificar quais variáveis do MSCEIT: IEE e/ou
IES contribuiriam significativamente para a previsão
do desempenho.
Nesse segundo bloco da análise testa-se a
capacidade preditiva “única” da IE para além do que
eventualmente pudesse ter sido previsto pela BPR-
5, já que a variância restante, para a análise no
segundo bloco, consiste em um resíduo obtido depois
de eliminada a covariância BPR-5 X desempenho. A
eventual associação significativa no segundo bloco
representa covariância única entre IE e desempenho.
344 Cláudia Cobêro
Na Tabela 3 são apresentados os resultados
globais dos dois blocos e na Tabela 4 os coeficientes
da equação de regressão e outras estatísticas
concernentes a essa análise.
Tabela 3.Resultados gerais da análise de regressão
buscando prever o desempenho a partir da BPR-5 e do
MSCEIT
Tabela 4. Coeficientes da equação de regressão buscando
prever o desempenho a partir da BPR-5 e do MSCEIT
Como pode ser observado o resultado da
regressão foi significativo (F [2, 117] = 11,16; p <
0,001). No primeiro bloco o escore global da BPR-5
apresenta uma associação significativa com o
desempenho (r=0,31) explicando aproximadamente
10% da variância da avaliação de desempenho. No
segundo bloco das duas variáveis inseridas na análise
o escore IES (área estratégica composta pela soma
dos subtestes Transições, Misturas, Administração de
Emoções e Relações Emocionais) foi incorporado na
equação aumentando o R para 0,40, explicando cerca
de 6% adicionais da variância do desempenho, sendo
este incremento significativo (ver Tabela 3). A mesma
análise foi feita incluindo os fatores do 16PF no
primeiro bloco; nenhum fator de personalidade estava
associado significativamente ao desempenho.
Somente o Fator Inteligência (Fator B) associou-se
ao desempenho, o que já era esperado, pois assim
como a BPR-5 esse fator consiste em uma prova de
inteligência. Nesta análise os resultados foram
semelhantes aos encontrados com a BPR-5 sendo
que a área estratégica explicou um montante adicional
e significativo da variância após o fator B ter entrado
na equação. Esses resultados demonstram que a área
estratégica do MSCEIT possui validade incremental
na previsão do desempenho dos participantes além
do que advindo das medidas tradicionais de
inteligência.
Portanto, revendo as questões desse trabalho,
isto é, se a inteligência emocional se correlacionaria
com desempenho profissional, e se isto poderia ser
explicado por um fator específico diferente dos
cognitivos já conhecidos, é possível dizer que sim, ela
está associada ao desempenho profissional de
maneira única. Um primeiro ponto a ser mencionado
é que os fatores medidos no MSCEIT aparecem como
medidas cognitivas distintas do BPR-5 ainda que
associados à inteligência. Além disso, após remover,
da variância da medida de desempenho, a parcela
tradicionalmente associada à inteligência, a medida
IES contribuiu significativamente para a previsão do
desempenho, e esta é única (incremental) já que no
segundo bloco da análise de regressão a variância da
medida de desempenho já está expurgada do
componente ligado à inteligência e a parcela comum
entre esta e a emocional. Portanto qualquer parcela
significativa explicada no segundo bloco significa
variância única às medidas de IE.
Por outro lado a magnitude da associação entre
inteligência emocional e desempenho não chega a
ser significativamente maior do que a observada entre
a geral e desempenho. Assim esse estudo corrobora
os dados da literatura internacional mostrando que a
inteligência geral está associada significativamente
ao desempenho no trabalho (Barrett & Depinet, 1991;
Kuncel, Hezlett & Ones, 2004; Wilhelm & Engle,
2005). Também demonstra a validade de critério da
BPR-5 no contexto organizacional, atestando sua
capacidade em prever desempenho. Ao mesmo
tempo mostra que a inteligência emocional é um
preditor único do desempenho no trabalho, mas vista
como fator adicional e não o mais importante, como
diz Goleman (1995). Em suma, os dados desse
trabalho trazem mais evidências positivas coerentes
com as reivindicações de que inteligência emocional
é um tipo separado das inteligências conhecidas e
importantes no contexto organizacional. Também
atesta a validade da BPR-5 para prever o desempenho
e mostra que usados conjuntamente esses instrumentos
aumentam a capacidade preditiva dele.
Inteligência Emocional e desempenho profissional 345
Análise correlacional do MSCEIT com o 16 PF
A Tabela 5 traz as correlações encontradas
entre os 16 fatores do 16PF e os oito subtestes do
MSCEIT.
Observam-se correlações significativas existentes
entre o Fator B (inteligência) com quatro dos
subtestes do MSCEIT, o que mais uma vez reforça a
concepção da inteligência emocional como um tipo
de inteligência. A maior correlação de B foi com o
subteste misturas. O Fator M (imaginação) apresenta
correlação negativa com a maioria dos subtestes
da inteligência emocional, quais sejam, Paisagem, Facilitação,
Transição, Gerenciamento das emoções e
Relações emocionais; com os demais subtestes ele
não demonstrou correlação. Esses dados sugerem que
quanto mais imaginativa uma pessoa for, menos inteligente
emocionalmente ela tende a ser. Essa correlação
com o Fator M também foi encontrada por
Bueno e Primi (2003) que trabalharam com o MEIS
e pode indicar que pessoas cuja atenção esteja mais
voltada para o ambiente e suas sensações ao invés
do contato com o mundo interno das idéias e sentimentos
tenham maior inteligência emocional, o que
se associaria à forma como o MSCEIT operacionaliza
a avaliação empregando o consenso como grade de
correção, que talvez indique que o MSCEIT esteja
medindo uma capacidade interpessoal de entendimento
das convenções sociais sobre o comportamento
das pessoas, mais do que a visão intrapessoal coerente
com um processamento intuitivo associado a
valores altos no Fator M.
No geral, pode-se dizer que ocorreram poucas
correlações significativas e essas foram também de
magnitudes baixas, sendo a maioria menor de 0,25,
observando-se que não houve sobreposição entre o
MSCEIT com traços de personalidade. Esses dados
corroboram estudos brasileiros e estrangeiros que
sustentam a posição de que, quando medida por testes
de desempenho, a inteligência emocional e
personalidade são construtos distintos (Bueno, 2002,
Bueno & Primi, 2003; Brackett & Mayer, 2003;
Nota: * p < 0,05; ** p <0,01
Tabela 5.Coeficientes de correlação de pearson entre os
escores dos subtestes do MSCEIT com os fatores do 16PF
346 Cláudia Cobêro
Bedwell, sd.; Dantas, 2004; Lopes, Brackett, Nezlek,
Schutz, Sellin & Salovey, 2004; Mayer, Salovey,
Caruso & Sitarenios, 2001,2003; Nascimento, 2006
e Primi, Bueno & Muniz, 2006)
Considerações finais
Esse estudo cumpriu seu objetivo de verificar
a validade de critério do MSCEIT com desempenho
profissional, além de investigar sua validade
convergente com medidas de inteligência e divergente
em relação a medidas de traços de personalidade.
Observando os resultados obtidos e os outros citados,
pode-se concluir que a inteligência emocional,
avaliada pelo MSCEIT, que é um teste seguindo o
modelo de desempenho, é um construto novo
associado, mas distinto da inteligência e praticamente
distinto de medidas de personalidade.
Com relação à validade de critério do MSCEIT,
conclui-se que ele pode ser um preditor do
desempenho profissional trazendo informações únicas
e complementares em relação ao que medidas
tradicionais de inteligência provêm. Diz-se, então, que
a probabilidade de uma pessoa inteligente
emocionalmente ter melhor desempenho no trabalho
é maior do que de uma com baixa IE. Ao mesmo
tempo esse estudo traz dados que confirmam as
relações relatadas na literatura entre inteligência e
desempenho no trabalho, apresentando evidências de
validade de critério para a BPR-5 e para o Fator B
do 16PF para previsão de desempenho no trabalho, e
relata validade de critério no contexto organizacional
de uma bateria de medida de inteligência.
Assim sendo, em termos gerais, é preciso
reforçar a idéia argumentada por Goleman (1998)
que os parâmetros de avaliação do mercado de
trabalho devem considerar aspectos sobre como as
pessoas lidam consigo e com os outros além da
inteligência e da formação acadêmica. Entretanto isso
não quer dizer que a inteligência tradicionalmente
definida e medida não seja importante. As duas
variáveis, inteligência geral e emocional são
igualmente importantes na previsão do desempenho.
Assim a capacidade de resolver problemas complexos
usando o raciocínio indutivo-dedutivo como
medido na BPR-5 (Primi & Almeida, 2000b) e a
habilidade de entender as informações sobre o mundo
trazidas pelas emoções e a habilidade de as gerenciar
em si e nos outros são aspectos importantes do
desempenho no trabalho, já que pessoas com essas
características tendem a ser mais frequentemente
avaliadas, pelos seus supervisores, como funcionários
muito bons ou excelentes.
Conclui-se então, que o construto de inteligência
emocional parece ser um tipo específico de
inteligência, que antes não havia sido demonstrado,
sendo independente de medidas de personalidade e
relativamente associado a medidas tradicionais de
inteligência podendo ainda ser útil na previsão do
desempenho profissional.
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As atividades de pesquisa que deram origem
a esse artigo foram financiadas pelo CNPq (primeiro
e segundo autor).